Um espírito de serviço ilimitado e de esquecimento de si – o nosso carisma

Da esquerda para a direita: Dom Fernando Guimarães (secretário da Congregação para o Clero, hoje Arcebispo das Forças Armadas do Brasil); Padre Guillaume de Tanouarn; Padre Philippe Laguérie; S. Em. Cardeal Dario Castrillón Hoyos, Prefeito da Congregação para o Clero e Presidente da Comissão Ecclesia Dei; Padre Paul Aulagnier; Padre Christophe Héry; Mons. Martin Viviès, oficial da Congregação para o Clero (ausente na foto, entre os fundadores, Padre Henri Forestier).

O Instituto do Bom Pastor é uma Sociedade de Vida Apostólica de direito pontifício, erigida sob o beneplácito do Papa Bento XVI em 8 de Setembro de 2006, Festa da Natividade de Nossa Senhora.

Segundo os seus estatutos – e num espírito de serviço apostólico –, o modelo de vida dos membros do Instituto é Cristo, o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Cada um procura viver imerso no segredo de Jesus Cristo, ou seja, num espírito de serviço ilimitado e de esquecimento de si.

Cada membro tem a consciência de ser “um servo inútil”, pois o Instituto não se considera um fim em si mesmo, mas um meio ao serviço da Igreja. Este cuidado apostólico está enraizado num amor sem limites pelo mistério de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Neste compromisso de servir a Igreja, cada membro do Instituto do Bom Pastor busca a santidade e procura representar um testemunho vivo da diversidade dentro da unidade da fé católica, buscando enriquecer a comunidade eclesial com a sua profunda devoção e fidelidade ao magistério perene da Igreja.

Com base na hermenêutica da continuidade, tão querida ao Papa Bento XVI, o Instituto do Bom Pastor mantém-se fiel à Tradição, promovendo – através do estudo e da formação contínua dos seus membros – uma interpretação coesa e harmoniosa da fé católica.

A liturgia tradicional, venerada como fonte de riqueza espiritual para os fiéis, ocupa um lugar central nas actividades do Instituto, proporcionando uma expressão litúrgica que reafirma o seu compromisso em preservar e promover a autenticidade da fé católica, sustentada pela herança litúrgica e doutrinal da Igreja.

Assim, a finalidade geral do Instituto é a Glória de Deus através da perpetuação do Sacerdócio Católico, tal como foi recebido de Cristo na Quinta-feira Santa e transmitido até hoje, sob  e através do magistério
de Pedro.

O Instituto afirma a sua profunda romanidade, porque se preocupa em preservar a Tradição da Igreja na sua relevância e actualidade permanentes.

A finalidade particular do Instituto é, partindo de uma forma de vida adaptada à sua missão e plenamente ordenada ao apostolado, o exercício completo do
sacerdócio, integrando a hierarquia e assumindo a totalidade da Tradição
católica, tendo, como ponto de apoio e referência privilegiados a vida comunitária. Pressupõe a fidelidade ao Magistério infalível da Igreja e o uso exclusivo da liturgia gregoriana na digna celebração dos Santos Mistérios.

Para se concretizarem estes objectivos, acreditamos que cada membro do Instituto deve resplandecer pela sua Fé viva, isto é, por um conhecimento e predilecção supereminentes para com Nosso Senhor Jesus Cristo, de quem é representante e, por Ele, n’Ele,  e com Ele, para com a Santíssima Trindade.

Tem-se como indispensável uma leitura e meditação assídua e apaixonada da Sagrada Escritura, uma cuidada e devota celebração da Eucaristia, bem como uma terna devoção à Virgem Maria, pela recitação do terço quotidiano. Só assim se pode penetrar nos sentimentos de Cristo, buscando a necessária semelhança com o Mestre, pois como dizia Santo Agostinho:  “tornamo-nos sacerdotes através da ordenação, permanecemos sacerdotes através da contemplação”.

A devoção do sacerdote concentra-se assim neste “Mistério da Piedade”, que é o próprio Senhor (cf. 1Tim 3, 16), de forma a ter o cuidado de comunicar às almas a esperança da salvação através da confiança inabalável na misericórdia infinita do Bom Pastor.

É do altar da Cruz que nos vem a Salvação, por isso, é na celebração fervorosa e quotidiana dos Santos Mistérios que os sacerdotes encontrarão a luz, a paz, a alegria do seu ministério.

Fonte de toda graça e de toda santidade, a Santa Missa está no centro das suas vida; é o verdadeiro tesouro onde depositam o coração e encontram consolação nas provações.

Depois da Missa e da oração pessoal, o Ministério será considerado um grande meio de santificação um sacerdote zeloso de levar Cristo vivo aos irmãos através dos sacramentos, da formação e do acompanhamento pessoal ganha rapidamente em santidade e caridade.